escrever passa cautelosa e, ao mesmo tempo, sucintamente, de um simples hobbie, uma diversão, a um instinto de sobrevivência. Obrigada aos visitantes. Deixo-lhes aqui minhas singelas horas vagas levadas por uma brisa de inspiração.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009



"Se gosto de palavras belas não é porque tenho mau gosto; estão aqui à minha frente, nada posso fazer para mudá-las. Elas são fortes e atingem em cheio se irritadiças. Ah, sim! A força das palavras! E que belas são todas as belas palavras! Sinto em dizer que as amo mais que tudo, mais que a mim, mais que a você. Fique com as feias e más, as minhas são boas e belas, e vocês não se merecem!"

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sim,

trata-se de um quebra-cabeças; e são tantas peças... o fim está próximo e eu ainda nem defini qual foi o começo.
Porém, se não há começo, não há final; e se não há começo nem final não há também jogo; e se não há, o que ainda estou fazendo aqui?
O tempo não para, nem o relógio ajudaria se virasse para trás. A vida dá voltas, mas há horas em que seu eixo principal se solta e ela simplesmente segue em frente de acordo com sua aceleração.
O que o homem não entende, e que talvez nunca se dê à alegria de entender, é que não pode entender tudo, e se algum dia, enfim, entender essa filosofia, então estará apto a entender tudo o mais que não entende, e aí sim o jogo terá sentido e o quebra-cabeças estará completo.

Espero um dia poder entender...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cegueira e um certo vício.

O avaro, ou consumido de Avareza,
se apega, tão fiel, ao capital,
que para todo mundo faz o mal
s’o inverso lhe implicar ser da pobreza.

Vejais, homens! Qu’ele só vê riqueza.
O que o cega é fato, é real:
é o que ao capitalismo é tão normal
e retirar-lhe-á sua pureza.

Se o inspira Mammon em sua ação,
que é nada mais que um ídolo pagão,
que o instrui ao mal, que o toma inteiro;

e se é movido assim a essa doença,
verá quando ausentar-se a sua presença
este tremendo vício: o seu dinheiro.

À carne, um pecado.

Bem cheio está o mundo em que vivemos
de quem se entregue a este tal pecado
das prostitutas, pois têm-no ao lado
quando na cama levam-no aos extremos.

Este prazer carnal que sentiremos,
se a Luxúria nos tiver tomado,
não é, de fato, tão descontrolado,
instinto assim nós, homens todos, temos.

Porém, se sabe que o fruto proibido,
que faz reinar no homem sua libido,
é ilegal perante as leis de Deus;

e faz que o amor se esvaia e reine o sexo,
e faz que a vida perca todo o nexo
e que o homem diga à eternidade adeus.

Série de pecados capitais...

Pre-bocejo-guiça

Naquela sesta após a refeição,
trabalho, escola ou qualquer lugar,
s’ela nos pega, é pra derrubar;
tirar o ânimo, a dedicação.

A preguiça é um mal tão popular
que já nem vemos s’está em ação:
atinge-nos sem que haja uma noção,
então pecamos sem sequer notar.

Por isso é melhor tomar cuidado,
meu caro irmãozinho preguiçoso,
a preguiça também é um pecado.

Se pensa que é legal ser ocioso,
perdendo tempo e sendo à vida ingrato
Repito-lhe que seja cauteloso.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Para ser feliz

basta pensar que se está vivo hoje e, por isso, vive um dia a mais do que o que morreu ontem.
Para ser feliz basta escutar uma música e perceber que você é o único que pode escutá-la daquela maneira, estando absorto por causa dela ou não; tendo experiências revividas em mente devido à memória que há muito estava perdida; sentindo aquela sensação que só você sente quando a escuta...
Para ser feliz basta saborear uma fruta e saber que o que aquele gosto desperta em você, não será despertado em mais ninguém.
Para ser feliz basta tomar um copo de água pura e lembrar que aquilo cessa sua sede e, independente do que os outros pensam ou não, aquela sensação refrescante é tudo o que importa naquela hora.
Para ser feliz basta saber que, mesmo com outros querendo copiá-lo, há um só no mundo que tem seus defeitos e suas qualidades na proporção perfeita para que seja você mesmo.
Para ser feliz basta sorrir para pessoas desconhecidas, correr no meio da rua congestionada, pular dentro do ônibus lotado, ter um ataque de riso dentro da sala de aula ou no pátio da escola e virar o centro dos olhares.
Para ser feliz basta não pensar a respeito do que os outros pensam, não ligar para o que os outros dizem, não se sentir aviltado por críticas insanas; importando-se apenas com a qualidade de ser feliz como se é, de fato.

domingo, 1 de março de 2009

Quem sou eu?

Costuma ser uma boa pergunta... Na verdade, quem é cada um de nós? Sou uma antítese. Não me entendo; não perca seu tempo tentando me entender. Sou boa má garota, má boa garota, ou talvez até boazinha demais. Sou uma legal chata, uma chata legal, uma chata chata e uma legal legal. Sou amada, amável, amo e, ao mesmo tempo, não gosto de nada. Sou a garota notável inotável ou inotável notável. Uma sombra a mais na parede e a razão de algum viver. Sou um reflexo no espelho, uma dúvida e uma resposta. Uma rua, uma avenida, uma estrada, uma pista e uma prova. Sou um livro de capa dura e obscura com um cadeado e uma chave à mostra; mas são poucos os que me lêem. Sou uma irmã, uma prima, uma amiga, uma filha, uma rival, uma companheira, uma bruxa, uma princesa, uma aspirante, uma feiticeira, uma deusa, uma mortal... Na verdade, eu sou o que quero ser; e depende muito dos olhos de quem vê.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

"Poetas" da Madrugada

Por Débora e Rodolfo Luppi.

Essas horas da noite colaboram, vai... Até eu me inspiro de madrugada. ;D
...
É o brilho do luar, que banha as mentes escondidas na madrugada.
Quando a escuridão dos céus cala alguns sentidos, a imaginação flui livre para voar por lugares desconhecidos à luz do dia.
Não só a imaginação; mas atos, sensações e palavras também podem te elevar a altitudes jamais imaginadas.
Brilha o luar. Cintilam as estrelas. Aguçam-se os sentidos. Surge em cada indivíduo aquilo que o dia mantém cálido devido a sua expansividade imponente.
E os sentidos se fundem em uma efervescência de sentimentos, antes até subjulgados pelos pensamentos vazios, mas agora mais certos que o calor do próprio sol, que empresta parte de sua luz para que o luar se faça nos céus.
Essa mescla de sensações - sentidos, emoções - profundas, trazidas por uma luz longínqua e incansável ao anoitecer, desperta o mais doce da alma, que flutua por entre as nuvens minuciosamente dispostas na negritude daquilo que está tão perto, e ao mesmo tempo tão distante; paupável e ao mesmo tempo inexorável perante a simplicidade humana. Assim voa a imaginação, ciente de sua inferioridade ao mundo e a tudo que nele se dispõe. Assim vive a humanidade; pensando ser maior que tudo, e ignorando o fato de ser nada. Assim vive o poeta; que se deixa levar pelo céu à procura dos versos de que se alimenta. Assim vivo eu, à procura do real sentido da palavra viver.